terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pré-Venda Autografada: A arte de voar, de Antonio Altarriba & Kim

Por Tiago Pavinato Klein

A arte de voar é o ótimo primeiro lançamento da Veneta, de propriedade de Rogério de Campos, ex-editor da Conrad. Premiada no Salão Internacional de Barcelona, trata-se de uma biografia do pai do autor.

A obra começa com o suicídio de Antonio Altarriba, que se joga do quarto andar do asilo onde passa o final de sua vida. E este não é nenhum spoiler, pois o fato dá o mote para o autor contar a vida do seu pai.

Altarriba, o filho, faz inclusive um interessante jogo estilístico: ele narra as primeiras páginas e, na sequência, se transubstancia na figura de seu pai, que, a partir de então, narra a própria história, dando o clima de uma autobiografia.

A história do protagonista está ligada aos movimentos sociais libertários na Europa no Século 20. O maior capítulo do livro mostra o seu envolvimento anarquista durante a Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa contra o nazismo.

É o momento de sonhos, de ideais libertários, expresso na aliança formada pelos quatro personagens centrais deste momento do livro. Apesar do idealismo, os autores não são panfletários, nem se furtam de apresentar toda a problemática política: os diferentes pensamentos entre o anarquismo e o comunismo na Guerra Civil Espanhola; os antigos amigos que mudam seus posicionamentos por motivos políticos pessoais; as fortes críticas aos intelectuais e aos burocratas.

Esse período idealista do personagem também se inclui na “arte de voar”: os sonhos o moveram por quase duas décadas de sua vida.

Depois disso, a trama dá a guinada para a derrocada dos sonhos: para sobreviver, Altarriba trabalhar até com contrabando. O passar do tempo, a constituição de família, a derrocada das esperanças, a desilusão com a Espanha democrática, o levam para o último período, de depressão na velhice.

É uma obra marcante, com potencial para conquistar diversos públicos. Inscreve-se na linha de biografias em quadrinhos, de pessoas comuns, desconhecidas, mas que conseguem universalizar seus dramas particulares, ao fazer parte de um grande mosaico histórico.

Vai agradar quem gosta de temas políticos, pois traz a história da Europa, particularmente da Espanha, incutida em suas páginas – o tom pessimista que vai tomando conta da obra não afeta quem ainda mantém sonhos idealistas, mas faz pensar nos rumos que a política internacional está tomando e sobre onde estão realmente hoje os sonhos de mudança social.

A narrativa flui, o desenho de Kim é bonito e dá conta de manter o ritmo e as passagens simbólicas, surreais, ajudam a construir a vida do protagonista. Além disso, a edição é caprichada, a um preço convidativo. O texto final, no qual o autor conta o processo de criação do livro, é um complemento bastante interessante e dá o tom da emotividade presente na produção.
Enfim, A arte de voar é um documento biográfico e histórico construído com extrema competência. Que a Veneta publique no Brasil outros materiais como este. Bela estreia!

A Arte de Voar
Autores: Antonio Altarriba (roteiro) & Kim (arte)
224 páginas - miolo em papel couchê
R$ 29,90



Sessão de Autógrafos com Antonio Altarriba
Dia 01 de outubro, às 18h30mim

Local: Comic House
Av. Nego, 255, Tambaú (João Pessoa-PB)
Telefone:(83) 3227 0656
E-mail:vendas@comichouse.com.br
Twitter: @Comic_House






(Resenha publicada originalmente no site Universo Hq )


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Sessão de Autógrafos com Antonio Altarriba

Roteirista espanhol autografará sua renomada obra, a hq “A arte de voar”  na Comic House

 

Antonio Altarriba assina a hq “A arte de voar”( R$ 29,90, 224 páginas) que nos apresenta uma narrativa vertiginosa, na qual aventura, drama e humor se fundem, o livro traça um panorama vivo da Europa no turbulento século 20. O fio condutor é a trajetória de Antonio Altarriba Lope, pai do autor, um jovem camponês que assiste aos avanços tecnológicos do início do século XX, a ascensão do fascismo do general Franco em meio à pobreza e à instabilidade política da época e se engaja na Guerra Civil, para combater ao lado dos anarquistas. O conflito o leva a percorrer trincheiras país afora descobrindo a solidariedade, o heroísmo e, por fim, a derrota. Junto com milhares de outros espanhóis, Altarriba é forçado a se exilar na França, onde vai se engajar na resistência ao nazismo e, depois, acabar envolvido na máfia de Marselha.

Publicado originalmente com pequena tiragem, sem grandes ambições comerciais, o livro transformou-se em um fenômeno de vendas na Espanha e em outros países da Europa ao mesmo tempo que era aclamado pela crítica e recebia prêmios importantes como o de melhor obra, roteiro e desenho no Salão Internacional de Quadrinhos de Barcelona de 2010 e o Premio Nacional de Cómic.

Colecionadores de outras cidades podem adquirir seus exemplares autografados pelo email vendas@comichouse.com.br, porém com confirmação do pagamento até 15h da quarta-feira dia 01/10.




quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sessão de Autógrafos com Milena Azevedo, AnaLu e Juliana Fiorese



COMIC HOUSE RECEBE MILENA AZEVEDO, ANALU E JULIANA FIORESE
PARA MOSTRAR A FORÇA DAS MULHERES NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
No roteiro ou no desenho, elas mostram qualidade e competência; neste sábado (27/9), às 18h30, as três quadrinhistas participam de noite de autógrafos 








Sessão de Autógrafos com Milena Azevedo, AnaLu e Juliana Fiorese
Local: Comic House
Av. Nego, 255, Tambaú
83 - 3227 0656
vendas@comichouse.com.br

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Quaisqualigundum, de Roger Cruz e Davi Calil




  Por Audaci Jr
Histórias com risos e lágrimas de pessoas comuns vivendo numa metrópole que está em constante mudança. Vidas que se cruzam numa homenagem aos “causos” cantados pelo sambista Adoniran Barbosa (1910-1982).



O álbum é composto por quatro histórias com personagens das músicas de Adoniran Barbosa. A leitura de Quaisqualigundum é tão fluída quanto a cadência da batucada improvisada de uma roda de samba entre amigos usando a mesa do bar ou uma caixinha de fósforos.


Os autores se baseiam em clássicos como Saudosa maloca, Apaga o fogo, Mané, Um samba no Bixiga e Samba do Arnesto, mas não fazem uma mera adaptação das suas letras. Cruz e Calil edificam construções de personagens que extrapolam os limites temporais ou temáticos das canções.


O mérito é “apresentar” o cantor e compositor paulista para quem não conhece sem deixar o leitor perdido em referências ou ciência das músicas. Ao mesmo tempo, as narrativas impulsionam a (re)descobrir as letras cheias de tragicomédia, boemia, urgência social e linguajar popular.


A primeira história, Maloca, mostra a vida pregressa dos três amigos (“eu, Matogrosso e Joca”), da vivência dura das ruas de São Paulo ao sonho de ter um lugar seu. Cruz pega a “essência” do descaso das autoridades com os sem-teto (“Deus dá o frio conforme o cobertor”) e a crescente e impiedosa verticalização da metrópole, amarrando o desfecho com um fragmento da música usando coadjuvantes criados exclusivamente para a HQ.


O tema e a linguagem popular adotados por Adoniran lembram também a letra de Cidadão, música composta por outro Barbosa, o baiano Lúcio, que ficou famosa nas vozes de dois “Zés”: o mineiro Geraldo e o paraibano Ramalho.


Deixando um pouco a melancolia de lado, a comicidade é o mote de A saga de Ernesto, na qual os quadrinhistas justificam a ausência do malandro do Brás, que convidou os amigos para um samba.


O experimentalismo gráfico da página 41 da fuga entrequadros do personagem é um dos destaques da história.


Mané e Marinez (na canção, é Inez, mas os autores não usaram os nomes originais por causa dos direitos autorais) tem um clima mais lúgubre, evidenciado nos matizes de Davi Calil. Em todo o álbum, inclusive, a paleta de cores é trabalhada para o estado emocional dos personagens, a mudança de ritmo ou o clima da narrativa.


Pegando praticamente a ideia central de abandono da música Apaga o fogo, Mané, a profundidade psicológica do casal de protagonistas se vale de um narrador, mas o impacto maior está na sensibilidade “silenciosa” do seu final.


Por fim, Chipolla e bracholas usa os amigos do Ernesto da segunda história para contar de forma bem-humorada a “baita duma briga”, com direito à trilha sonora de outro clássico de Adoniran Barbosa, Trem da onze, de onde é retirado o título da HQ.


Além de oferecer profundidade aos personagens, Quaisqualigundum também é uma homenagem à “pauliceia desvairada”, usando como cenário os bairros da Mooca, do Brás e do Bixiga.


Geralmente, os desenhistas de super-heróis não mostram tanta desenvoltura no roteiro quanto no traço que os fazem populares. Uma grata exceção é Roger Cruz, que já estrelou em títulos norte-americanos de ícones no gênero como X­-Men e Homem­-Aranha, mas provou ser um grande contador de histórias, vide também seu primeiro álbum autoral, Xampu – Lovely Losers (lançado em 2010 pela Devir).


A bela arte pintada de Calil, ora guache, ora em aquarela, oferece ótimas passagens de tempo, personagens estilizados bem caracterizados e uma narrativa dinâmica que aproveita ângulos e planos cinematográficos.


Completando o ritmo de Quaisqualigundum, uma apresentação do jornalista e editor Sidney Gusman, texto nas orelhas da edição assinadas pelo rapper Emicida, biografias de Adoniran e dos autores, além de esboços, estudos e artes da dupla de criação.


A edição da Dead Hamster teve o apoio do Programa de Ação Cultural de São Paulo (ProAC).

Quaisqualigundum é um samba gráfico legitimamente brasileiro, que fica grudado na cabeça e nos dedos do leitor como um bom batuque improvisado cantarolando as canções de um dos maiores nomes da música popular do Brasil.


Título: Quaisqualigundum
Autores: Roger Cruz(roteiro) e Davi Calil(arte)
Formato: álbum - 96 páginas
Preço: R$ 45


Quer adquirir a sua? Entre em contato!
Av. Nego, 255, Tambaú (João Pessoa-PB)
Telefone:(83) 3227 0656
E-mail:vendas@comichouse.com.br
Twitter: @Comic_House

(Publicado originalmente no site Universo Hq no dia 15 de agosto de 2014)


sábado, 6 de setembro de 2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Pré-Venda: Talvez Seja Mentira, de Shiko e Bruno R.




''Talvez Seja Mentira'' é a nova hq do quadrinista Shiko com a colaboração de seu irmão Bruno R. no roteiro, que desta vez nos apresentam um quadrinho erótico que reza na tradição dos catecismos, na forma e no conteúdo. Preto e branco, nas dimensões de 10cm x 15cm, luva especial, a obra é dobrada em ‘sanfona’ entre duas capas duras nos seus extremos. Quando esticada, a única página mede um metro de largura, apresentando uma panorâmica história em quadrinhos de um lado e outra narrativa do outro. 

Ou como o próprio Shiko definiu "pouca conversa e muito amor ao preço de R$ 25".  A boa notícia é que os 50 primeiros que comprarem na pré-venda vão receber um cartão personalizado pelo próprio Shiko, porém ao preço de R$ 30.

Colecionadores de outros estados também podem adquirir, para isso devem remeter um e-mail para o seguinte e-mail: vendas@comichouse.com.br e informar no campo assunto "Pré-Venda: Talvez Seja Mentira".

Porém, atenção, pois as reservas tem duração de 48h, e após o primeiro contato, caso não seja concluída a negociação a reserva será desfeita e outro assumirá a dianteira.