quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Promethea (Livro 1), de Alan Moore e J.H. Williams III

Se ela não existisse, teríamos que inventá-la...

Estragando um pouco a surpresa do livro, Promethea é um ser que é a própria imaginação incorporada, cujos trajes misturam as mitologias grega e egípcia. A história não deixa claro se ela é uma deusa propriamente dita, uma semi-deusa ou algo além, mas explicita que é uma guerreira, que luta, acima de tudo, pela liberdade de imaginação.

A história tem o roteiro de Alan Moore, desenhos de J.H. Williams III e é arte-finalizada por Mick Gray. Promethea nasce no Egito. É apenas uma garotinha de 11 anos, que vive em Alexandria no ano 411 d.C. e é salva pelos deuses gêmeos Toth (da mitologia egipcia) e Hermes (da mitologia grega) dos cristão que assassinaram seu pai. Segue com os deuses para o mundo de Imateria e se torna uma história que vive eternamente.

Ela não se restringe a Imateria, um mundo "paralelo" ao nosso, constituído da imaginação dos humanos. Cada vez que a história de Promethea é contada no mundo material, ela encarna no artista ou em sua musa inspiradora. Tem, portanto, diversas personalidades diferentes através dos séculos. É assim que, em 1999, numa Nova York futurista com um prefeito que possui 42 múltiplas personalidades, carros voadores e seus próprios super-heróis em crise, que Sophie Bangs incorpora a lenda. Sophie é uma universitária, preparando uma monografia sobre a representação de Promethea nos quadrinhos, quando se vê diante de responsabilidades muito maores que a prova final.


Eu, particularmente, achei a história cativante, até porque tenho um gosto enorme por mitologia. Os questionamentos que Alan Moore faz a respeito da imaginação humana e seu poder são muito interessantes e podem levar a um embate filosófico interno, se o leitor tiver saco para isso. Se não, não atrapalha em nada da história.

A arte é algo que merece atenção. Inicialmente, estranhei os primeiros quadros. Em alguns momentos, é uma arte experimentalista, o que pode dar um tranco na leitura para os não habituados. Isso tem um objetivo, a cidade aonde se passa a história é um caos visual. Em outros momentos, especialmente nas passagens em Imateria, as páginas apresentam uma mudança na arte, muito bonita por sinal, apresentando quadros circulares, com runas nas sarjetas (aquele espacinho em branco entre um quadro e outro), diversos quadros mostrando diferentes momentos em uma mesma paisagem, visivel na página inteira.



O livro 1 da série, com cinco livros no total, reúne as edições 1 a 6. No total, foram 32 edições, ganhadoras do Prêmio Eisner, publicadas de 1999 a 2005, que foram relançadas no novo formato.

Promethea - Livro 1, de Alan Moore e J.H. Williams III
Lançado no Brasil em 2008 pela editora Pixel Media e America's Best Comics.
Brochura.
180 páginas.
Formato: 17 x 24 cm
R$ 42,00

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2 comentários:

  1. Promethea é uma ótima dica.

    Uma obra não muito cultuada de Alan Moore, na minha opinião pelo o teor caótico da história que perpassa eras...cheio de simbolsmo e arquetipos.

    Promethea sempre será o desejo provido da imaginação que teima constatimente em se libertar das amarras da razão instrumentalizada. Promethea é sinônimo de liberdade.

    Recomendo.

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  2. Sr.Figueredo você é o comentarísta mor da blog!

    Concordo com suas palavras sobre o Alan Moore e Promethea. Acho que muitas vezes a propaganda não é coisa lá muita boa, pois acaba enfatizando determinadas obras de um autor e esquecendo de outras e assim muitos "leitores de onda" ficam apenas com um tipo de "carne " e esquecem os outros cortes para se provar!

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