terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Playboy, de Chester Brown

Texto de Manassés Filho
O hábito de comprar revistas masculinas na adolescência muitas vezes está ligado a descoberta da própria sexualidade. Pelo menos para o canadense Chester Brown, foi por aí. Aos 15 anos viu-se atraído pelas capas sugestivas da famosa revista Playboy e as comprava com freqüência, algo normal para muitos de sua idade, mas quando é seguida por medo e arrependimento torna-se motivo para muitas dores de cabeça.


A história poderia descambar para o humor, no entanto, graças ao talento do autor, a narrativa nos conduz a outra atmosfera, em que presenciamos o receio e, em alguns momentos, até obsessiva sensação de ser descoberto por familiares e/ou outros adultos.


Falar sobre a própria vida geralmente rende grandes obras na nona arte e, muitas vezes, toca em assuntos polêmicos. Aqui, além da sexualidade, o próprio autor revela com muita coragem seu preconceito racial e lamenta por isso.

Por ser permeada pelo clima de autocensura que deseja retratar, a arte também cumpre essa função e rompe com algumas convenções artísticas, nos apresentando uma história com no máximo três quadros por página. Entre as páginas com quadros, há outras totalmente pretas, recurso que representa a repressão.
Outro ponto interessante é a utilização da metalinguagem, pois como o álbum praticamente não possui diálogos, os balões de pensamento são materializados em um Chester Brown em miniatura, que se apresenta como a consciência do “pecado”.

De longe umas das HQs mais originais a tratar do assunto sem os tabus que muitos gostariam que tal tema tivesse.

A Playboy, de Chester Brown

Publicado em 2001 pela editora Conrad.
184 páginas
Formato: 14 x 21cm
R$ 25,00
Quer adquirir a sua? Entre em contato!

Telefone: (83) 3227.0656
Email: comichousevendas@gmail.com

Endereço: Avenida Nego, 200, Tambaú (João Pessoa-PB)
Twitter: @Comic_House

0 comentários:

Postar um comentário